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Pink Floyd – David Gilmour: "Ainda me considero mais socialista do que qualquer outra coisa"

Lech Walesa e David Gilmour
Lech Walesa e David Gilmour

O mês de outubro tem sido conflitante para os fãs de Pink Floyd no Brasil. Entre a adoração ao ídolo Roger Waters e o repudio ao mesmo por usar ostensivamente as suas apresentações da turnê Us + Them para atacar políticamte os “porcos” (como ele denomina governistas neo fascistas pelo mundo).

Em meio ao acalorado debate, muitos fãs acabam jogando o peso para o outro lado da gangorra floydiana, ou seja, pró o guitarrista David Gilmour.

Porém, vale ressaltar que segundo o próprio David Gilmour revelara ser “mais socialista do que qualquer outra coisa” à Revista Mojo em 2008, ocasião em que divulgava o então recém-lançado “Live at Gdansk”, onde tocara a convite do então presidente Lech Walesa, ligado à esquerda do país, com quem Gilmour se identificou bastante.

Na entrevista, Gilmour cita as divergências musicais com Roger Waters, mas enfatiza que políticamente ambos olham para a mesma direção.

Gilmour é filiado ao Labour Party (Partido dos Trabalhadores).

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Leia abaixo alguns trechos:

MB:  O que você achou de Lech Walesa?

DG: “Muito direto e contundente, as qualidades que o levaram onde ele está hoje. Foi uma reunião agradável, mas eles nos deram uma bebida muito forte – como Schnapps – e logo depois eu tive que ir a uma coletiva de imprensa. Então, depois de ser forçado a derrubar duas ou três dessas coisas, eu estava sendo perguntado sobre Roger Waters.

MB:  Em agosto de 1980, quando Walesa liderou os trabalhadores dos estaleiros em greve, o Pink Floyd tinha acabado de tocar The Wall em Earls Court. Quanto os eventos na Polônia afetaram todos vocês na época?

DG: “Muito mesmo. Eu me lembro bem disso. Foi um momento fascinante na história, que iniciou todo aquele estrondo de descontentamento que levou à queda do Muro de Berlim. Não se quer ser anti-socialista, mas penso em todo esse movimento do Leste Europeu como sendo contra a opressão e promovendo a liberdade pessoal mais do que qualquer outra coisa.

MB:  Ambos os seus pais eram professores em Cambridge, quão politicamente ativos eles eram? 

DG: “Foi apenas à nossa volta na época. Meus pais estavam à esquerda do centro; leitores assíduos do Manchester Guardian. Alguns de seus amigos foram às marchas de Aldermaston. Os meus nunca fizeram o que eu saiba, mas ambos estavam comprometidos em votar no Partido Trabalhista. Ainda me considero mais socialista do que qualquer outra coisa, mesmo que não consiga me ater à política partidária.”

MB:  Por anos, você dividiu o Pink Floyd com um músico que parecia ter uma voz política muito mais alta…

DG: “Roger tem uma voz política alta, mas eu não sei o quanto ele realmente usa. Ele diria que ele usa dentro de sua música.”

MB:  A oposição de Waters à Guerra das Malvinas foi o tema por trás de grande parte do álbum “The Final Cut do Pink Floyd em 1983. Quão confortável você estava compartilhando essas opiniões?

DG: “Roger e eu tivemos desentendimentos, mas nós éramos do mesmo lado. Sou totalmente contra a guerra, se é que pode ser evitada, e não fui a favor de Thatcher ir às Malvinas, na minha opinião era nosso trabalho apoiar esse território e que, de uma forma ou de outra, deveria haver algum contrato de longo prazo. Parecia óbvio que havia um colapso deliberado das comunicações entre os canais diplomáticos argentinos e do Reino Unido, a fim de criar uma sucata … Que o assassinato em massa no General Belgrano (cruzador argentino afundado pelos bretões) era simplesmente aterrorizante.

MB:  Você poderia ver a si mesmo combinando música e política?

DG: Eu não tenho nada contra qualquer músico que queira usar sua voz como músico expondo suas visões filosóficas ou políticas. As primeiras canções políticas muito duras de Bob Dylan foram o que eu cresci ouvindo. Mas eu admito que não sou muito verbal e claro o suficiente. Eu tenho medo, eu vivo minha vida vive em tons de cinza.

Leia a entrevista completa AQUI

Nota do Editor: Se for escolher entre Gilmour e Waters, o faça pelos critérios musicais ou pelas cores de seus olhos, pois pelas posições políticas ficará difícil dissociá-los.

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